terça-feira, 18 de dezembro de 2007

LESADA

A Campainha toca.

- hfjhfdsmfgslkdgmlsdkm?

- O que?

- hfjhfdsmfgslkdgmlsdkm?

- Desculpe, não entendi...

- hfjhfdsmfgslkdgmlsdkm?

Já com vergonha de perguntar de novo o que ela estava falando, respondi:

- Não tenho.

A mulher subiu a rua com cara de interrogação. Segundos depois ela toca de novo. Dessa vez, meu pai atende.

- Oi Izilda, tudo bem?

Antes de abrir a porta para atender a mulher, ele vira pra mim e fala:

- É a mulher do Cidão, filha! Ela estava te perguntando se aqui era a casa do seu irmão.

Uma gargalhada insana veio acompanhada de uma vergonha enorme que senti. Que absurdo, a coitada querendo falar como meu irmão e eu achei que ela estava pedindo esmola!



Alguns meses depois...



A capainha toca. Abro a janela e a fecho rapidinho. Um cara com metade do corpo escondido pela mureta de casa e o outro todo largado. Viro para o meu pai, que espera uma frase explicando a última cena:

- Pai, tem dois caras estranhos no portão (sussurrando).

- TEM DOIS CARAS O QUÊ?

- Psiu!!! Tem dois caras estranhos no portão.

Rapidamente meu pai abre a janela para conferir.

- Oi Cidão, tudo bem?

Antes de sair pra fora de casa para atender o homem, meu pai vira pra mim e fala:

- Você é besta menina? É o Cidão!

Ri muito, cheguei a perder o ar pra tentar contar para minha mãe o que tinha acontecido. Como pode? Cometi outra gafe. E o pior, com a mesma família. Na boa, o cara deve estar se contorcendo pra perguntar pro meu pai quando foi que eu sofri o acidente que me deixou assim....

Um comentário:

Cá Aqui disse...

Pô, Dê... é o Cidão, caramba!!! (morri de rir)